Wall-e, uma linda história sobre a humanidade.

Pensar no futuro da humanidade é algo que muitos de nós fazemos. Por exemplo, como serão as tecnologias futuras, o quanto a comunicação ainda vai evoluir...? Será que o nosso futuro será catastrófico, ou venceremos os problemas e teremos um planeta perfeito? A ciência pode fazer previsões, mas o futuro, como sempre, é incerto. Bem, assim como a ciência, a arte nos apresenta visões bem interessantes do futuro. E hoje, decidi comentar sobre uma nessas visões que está presente no filme dos estódios Disney Pixar: Wall-e.

O filme Wall-e já tem uma história bem conhecida. Nos é apresentado o planeta Terra em uma futuro distante em que uma operação de limpeza da Terra falhou e a humanidade foi enviada para viajar sem tempo determinado em um grande cruzeiro espacial, uma nave chamada Axiom. Aqui na Terra apenas sobrou um robozinho compactador de lixo (o último de vários que estavam trabalhando na limpeza da Terra). Este robô é Wall-e, e ele vive a sua vida pacata e solitária até que um dia, a sonda espacial E.V.A, que vem para a Terra em busca de um indício de atividade biológica, que comprove na Axiom que a volta para a Terra já é possível, chega na Terra, e daí a aventura começa! (haha!)

O mais engraçado dessa história toda é que quando você se refere ao Wall-e, fala como se ele fosse um ser humano. Inclusive, as cenas solitárias dele na Terra são lindas e singelamente engraçadas. Ele parece ser o último resquício de humanidade que ficou na Terra, pois apesar de ser uma máquina, ele apresenta sentimentos humanos. Ele tem um cuidado especial com os objetos interassantes (e úteis) que ele encontra no lixo, além do apreço que parece ter com a sua única companheira ser vivo: uma barata muito simpática ^^.

Bem, em certo ponto do filme quando a E.V.A aparece na "vida" de Wall-e, e presenciamos a linda história de dois robôs. É interessante como a E.V.A tem um desing super delicado e refinado, porém muitas de suas atitudes são desajeitadas e até violentas. Enquanto Wall-e que por fora é sujo e robusto, por dentro é delicado e cuidadoso. E assim, a relação dos dois é bem engraçada, pois quando Wall-e tenta se aproximar da primeira vez, E.V.A utiliza a sua arma como defesa, e assim acontece com quase tudo que ele tenta mostrar de sua coleção para ela. As cenas em que os dois estão juntos, e principalmente quando ela se desliga após cumprir o seu papel de sonda, são tão romanticamente engraçadas, por que, mesmo desligada, Wall-e a leva para vários passeios!

Agora vou falar sobre outra fase da história, a parte em que Wall-e vai parar na Axiom. Isso acontece porque a E.V.A é enviada de volta após encontrar a planta, e Wall-e, não querendo abandoná-la se atraca na nave é enviado junto. Assim, acompanhamos Wall-e exploramos um pouco da nave, observamos os seres humanos que nela habitam. Todos vivem em um clima de alienação, eles fazem o que mandam fazerem (e "ora, ora" que está mandando: a tecnologia e os robôs, frutos de uma grande empresa, Buy and Large, que preparou todo o plano da salvar a humanidade). Ninguém anda mais, as pessoas se movem por umas camas que seguem caminhos padronizados, e conversam entre si utilizando um computador de bordo que cada um tem em sua "cama automóvel". Tudo segue um padrão estabelecido, as roupas, a comida...

Lembra que Wall-e era o único resquício do, digamos assim, sentimento de humanidade? Então, ele, sem querer, leva aos poucos, esse sentimento de volta ao seres humanos da nave. E ele faz isso de várias formas, quando acidentalmente faz uma das personagens se desligar do seu computador, olhar ao seu redor, até conversar pessoalmente com um outro rapaz da nave. Além do que ele passa a despertar nas pessoas o sentimento de solidariedade, amor, tristeza... Sem saber, ele devolve aos seres humanos a profundidade das relações.

Por isso achei Wall-e um filme tão lindo, ele nos fala sobre a importância que esses sentimentos tem para que sejamos uma sociedade unida e fortalecida para enfrentar catástrofes, guerras e tantas outras atrbulações pelas quais ainda passamos em nosso planeta. Pois, no filme, apenas de as pessoas terem sucumbido à praticidade de uma vida facilitada pela tecnologia, criando uma sociedade individualista e alienada dentro da nave, Wall-e mostra que quando o sentimento de solidariedade e outros são cultivados, somos sacudidos para acordarmos para o fato de que aquela ordem que foi imposta não está correta, e que há uma vida maior lá fora...

Agora, como não poderia faltar, vamos falar de trilha sonora (\o/), por que a música nos entrega muito da vida do filme. A trilha sonora original de Wall-e foi composta por Thomas Newman, e também conta com outras canções como La Vie En Rose (na voz de Louis Armstrong) e Down to Earth (de Newman, na voz de Peter Gabriel). Inclusive, a música Down to Earth é lindíssima e houve uma época em que eu escutava ela quase todo dia (hahaha!). Mas, queria mesmo dar destaque para a presença de músicas do musical "Alô Dolly!". Quando eu assisti Wall-e tive logo vontade de conferir o musical (por que geralmente quando há esse tipo de referência inter-filmes, é possível observar uma intersecção nas tramas). E eu fiquei: "Nossa! Como faz sentido terem colocado essa música aí nessa parte!". O tom de "conto de fadas" e romantismo do musical se encaixam na relação de Wall-e com E.V.A, que é embalado pela canção "It only takes a moment". Além disso, a cena de abertura de Wall-e fica perfeita com a canção "Out There", que ao falar sobre descobrir novos mundos e viver aventuras, embala a cena que mostra "novos mundos", que são galáxias, planetas e estrelas.

Ufa! Acho que já disse tudo. Pois então é isso, Wall-e é um filme apaixonante, de humor singelo e muita sensibilidade. Espero que tenham gostado do texto dessa semana, e até a próxima! ;)

Decidi anexar aqui a música Down to Earth! :D